quinta-feira, 10 de maio de 2012

Insubstituível.


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Na sala de reunião de uma multinacional o diretor nervoso fala com sua
equipe de gestores.

Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça:
"ninguém é insubstituível".

A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio.

Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar nada.

De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o atrevido:

- Alguma pergunta?

- Tenho sim. E Beethoven?

- Como? - o encara o gestor confuso.

- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?

Silêncio.

Ouvi essa estória esses dias contada por um profissional que conheço e
achei muito pertinente falar sobre isso.

Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas,
no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da
organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no
lugar.

Quem substituiu Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank
Sinatra? Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Elvis Presley? Os
Beatles? Jorge Amado? Pelé? Paul Newman? Tiger Woods? Albert Einstein?
Picasso? Zico (até hoje o Flamengo está órfão de um Zico)?

Todos esses talentos marcaram a história fazendo o que gostam e o que
sabem fazer bem, ou seja, fizeram
seu talento brilhar. E, portanto, são sim insubstituíveis.

Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado
para alguma coisa. Está na hora dos líderes das organizações reverem
seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da
sua equipe focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizando
energia em reparar seus 'gaps'.

Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo, se Picasso era
instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico...
O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de
arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus
talentos.

Cabe aos líderes de sua organização mudar o olhar sobre a equipe e
voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro.
Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.

Se seu gerente/coordenador, ainda está focado em 'melhorar as
fraquezas' de sua equipe corre o risco de ser aquele tipo de líder que
barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter
notas baixas na escola,
Beethoven por ser surdo. E na gestão dele o mundo teria perdido todos
esses talentos.

Nunca me esqueço de quando o Zacarias dos Trapalhões 'foi pra outras
moradas'; ao iniciar o programa seguinte, o Dedé entrou em cena e
falou mais ou menos assim:

"Estamos todos muito tristes com a 'partida' de nosso irmão
Zacarias... e hoje, para substituí-lo, chamamos:.. Ninguém... pois
nosso Zaca é insubstituível"

Portanto nunca esqueça: Você é um talento único... com toda certeza
ninguém te substituirá!

"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso
fazer alguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer
o pouco  que posso.
O que eu faço é uma gota no meio de um oceano, mas sem ela o oceano será menor."


Dos arquivos secretos da Jack Joy

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