quarta-feira, 17 de agosto de 2011

POR QUE AS RELAÇÕES ACABAM.

Cão e gato se mordendo

Olá a todos e todas, desde que começamos a nos entender por gente, e quando realmente parecemos nos portar como se fossemos, passamos a querer compartilhar nossos momentos com um alguém especial. Ok, algumas pessoas desejam compartilhar com muitos “alguéns”, mas não estou falando de micaretas em Salvador, até porque lá, para todos os efeitos, todo mundo é especial.

1 + 1 = ?

Voltando ao tema principal, não sei exatamente o que nos faz querer abrir mão da solidão, pode ser algo cármico como praticantes do espiritismo acreditam, coincidência, espirito de sobrevivência ou ainda a crença no que minha professora de “Educação Moral e Cívica” nos passava: “o homem não é uma ilha”.
Mas, de qualquer forma, tanto faz. O fato é que a maioria de nós deseja um par, por pior que ele pareça ser aos olhos alheios.
No tempo dos meus avós, os relacionamentos “duradouros” se iniciavam ainda na adolescência, não raro era alguém casar com 16 anos, tendo aquela penca de filhos na sequência.
Hoje é quase certo de que a primeira namorada ou o primeiro namorado não será o ponto final na vida afetiva de alguém. Por esse caminho, muitos passarão até que a vida acabe.
Pelo menos uma coisa é certa na vida de todos, um dia tudo que existe desaparece ou muda para algum lugar que não conhecemos.
Uma das minhas teorias é que as relações acabam para que nós nos desapeguemos aos poucos do que significa estar vivo e ter desprendimento para quando a hora final chegar.
Conheço pessoas que se casaram mais que cinco vezes. Isso é que é gostar de casamento! Quando falo com elas sempre tenho a percepção de que nada é para sempre. Elas se mostram muito mais tranquilas ao falar de como o relógio da vida age, lentamente, silenciosamente, mas também, impiedosamente.
Muito bem, se é garantido a todos que morreremos algum dia, da mesma forma que também é notório que as pessoas estão se casando e separando mais, de que forma podemos trabalhar para manter um relacionamento com qualidade e certa longevidade?
Anote a receita: meia dúzia de galinhas pretas, dois litros de azeite de dendê, muito de caldo de galinha caipira (serve aquele vendido no supermercado), três quilos de cuscuz marroquino e um frasco de pimenta.
Depois de tudo comprado, mande um chef de cozinha preparar um bom almoço. Se vai resolver eu não sei, mas fome ninguém passará!
Brincadeira a parte, seria leviano da minha parte afirmar existir uma regra mágica, e muita inocência de quem acredita.

Pontes ou muros? Ouvir é mais difícil que falar

Porém, acredito que existe um caminho universal para fazer a travessia entre o que é bom para um e o que é bom para o conjunto, é um bem antigo, mas muito desprestigiado nos últimos tempos: o diálogo.
Não estou falando daquela conversa fora onde um olha para o teto ou para a televisão enquanto o outro finge escutar enquanto responde mensagens no computador.
Quando falo em diálogo, me refiro a capacidade de abrir os ouvidos e a mente para que a comunicação ocorra.
Parece muito fácil escutar o que os outros dizem e, em tese, é mesmo. Facílimo! O problema está mesmo em nos mostrarmos abertos para os sons que os ouvidos estão trazendo. Isso sim é complicado.
Quando evitamos “ouvir” e só “escutamos”, a ponte entre os diversos mundos não é construída. Em boa parte dos casos, ao invés de pontes, acabamos por construir muros.
Discordo da frase antiga que dizia “quando um não quer, dois não brigam”. Isso podia funcionar, mas não em uma época onde as partes de um relacionamento são iguais, pelo menos, deveriam ser.
É muito possível que brigas ocorram apenas porque um lado quer, por outro lado, acho muito improvável que um desentendimento termine por conta apenas de um dos lados.
Se “ouvir” o outro fosse fácil, separações não existiriam. Duvido muito que as diferenças entre duas pessoas que tem afinidades e afeto sejam suficientes para separar o casal. É preciso mais que isso, é necessário que o diálogo falte.
Com o tempo, as partes se cansam de argumentar e vão criando ressentimentos que ficam estocados até o dia do rompimento. Quando ocorre a separação geralmente se escuta tudo aquilo que deveria ter sido dito ao longo do tempo, e que, dependendo da forma com que seria posto, teria feito a relação se perpetuar ainda mais.

Falar sobre o que sente é um começo

Também preciso ressaltar que ninguém escuta o vento, portanto, faz-se necessário que ambos exponham suas divergências com a finalidade de resolvê-las.
Os homens têm muito mais dificuldade em expor seus sentimentos, basicamente por dois motivos:
  1. Foram ensinados a serem fortes, ou no mínimo, parecerem ser. Os homens acreditam que, ao abrir suas emoções demostrarão fraqueza.
  2. Falta de prática. Falar sobre futebol é rotineiro, mas falar sobre como se sente é muito raro.
As mulheres têm muito mais habilidade para falar sobre qualquer coisa, desde novas se mostram mais comunicativas, porém há um problema sério, tendem a perder o foco das discussões.
Em um mundo perfeito as mulheres deixariam claro o que lhes chatearam, de forma tranquila, sem envolver problemas da semana anterior, família ou alguma conjectura de coincidências e o homens se mostrariam mais dispostos a falar sobre como o que acontece influência na sua vida.
Pensem a respeito, será que a comunicação não está com problemas? Um professor que eu tive sempre dizia “comunicação não é o que você fala somente, mas também é o que o outro escuta”.

O amor ou a falta dele não acaba uma relação

Finalizando o tema, pude notar, ao longo dos anos e dos relacionamentos que vivi, é que o amor é supervalorizado quando se fala em manter um relacionamento vivo.
É preciso mais que amor. É preciso doação, o que inclui falar e ouvir.
Até mais.

Do blog do  URSO.

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